terça-feira, 10 de dezembro de 2013


Entrevista com: Fabiu Cochabamba (Parte 1)


    Hoje vou postar uma entrevista com um vegano de Florianópolis-SC que é bem posicionado na causa vegana, não apenas com a escolha de não comer, vestir e utilizar frutos de exploração animal, mas que também têm projetos  e que ajuda no que pode a causa animal. As respostas do Fabiu foram bem objetivas e esclarecedoras para mim e espero que para vocês também. Gostei muito de saber um pouco sobre ele e de como começou a sua história no veganismo.
    A entrevista está intacta, todas as perguntas e respostas estão transcritas para cá da forma em que ele respondeu. Como ficou grande eu vou dividi-la em 2 partes para que todos leiam e não tenham aquela velha desculpa que passou aqui rapidinho e não pôde ler.
Toda história de vida que passa por aqui é um aprendizado. Obrigada Fabiu por ter me permitido aprender mais um pouquinho com você. Ainda tenho muito o que percorrer.



    Nome: Fabiu Cochabamba
    Idade: 34
    Cidade/Estado/País: Florianópolis-SC - Brasil
    Estado civil: Livre
    Profissão: Encanador
    Vegano desde quando: estou vegano desde 2009
    Redes Sociais www.facebook.com/fabiuvegano

    1- O que significa veganismo para você?
Fabiu: Significa deixar os animais em paz. Considerar que os animais não são escravos para humanos, nem propriedade. Sendo assim não partilhar disso, exercendo o mínimo de respeito no dia a dia para com eles. Veganismo é libertação humana e não humana. A questão não é somente como tratamos os animais nas mais diversas áreas, mas sim o uso de animais para nosso benefício. Veganismo significa ética abolicionista perante todos os animais, libertar animais humanos e não-humanos desse ciclo de exploração e violência, é o mínimo que podemos fazer.

2-  Como você se tornou vegano?
Fabiu: Eu achava que era defensor dos animais desde criança, mais precisamente quando na adolescência me tornei vegetariano em 1994/1995, porém em 2004, pela primeira vez, tive contato com a palavra “VEGAN” e só aí comecei a ver que “ser a favor de verdade para o bem dos animais” não se restringe só ao fato de não comer a carnes, frutos de assassinatos cometidos. Percebi que vai muito além desse mísero ato, daí comecei a desconstruir vários costumes, como principalmente o consumo de queijos animais aos quais eu era assumidamente viciado. Foi um começo no desvendar de muitos dos processos aos quais nós humanos exploramos animais, intervindo na liberdade deles. Investigações que geram ações abolicionistas no dia a dia, não só na alimentação.

3- Você procura informações sobre a causa abolicionista animal e sobre nutrição vegana através de quais fontes? Livros, revistas, sites, blogs... mencione o nome.
Fabiu: Desde sempre eu me envolvo no tema, dia e noite. São vários meios, mas me concentro mais em grupos de estudos presenciais, palestras, cursos livres, livros, sites e debates em redes sociais. Não espere nada das TVs e demais mídias de massa, elas não são feitas para isso. Hoje em dia quem se envolve consegue facilmente muitas informações para ter mais autonomia.
Pra quem está começando indico 2 livros: Galactolatria, da Sônia T. Felipe, livro independente o qual distribuo para todo país, e o Introdução aos Direitos Animais do Gary L. Francione, traduzido recentemente para nossa língua.

  4- Seus familiares são veg(etari)anos? Se não, como eles se comportaram ou ainda se comportam com a sua escolha alimentar e de vida?
Fabiu: Não são vegana(o)s nem vegetariana(o)s e não me atrapalham... Mas se atrapalham em não mudar para largar o egoísmo do vício social antropocêntrico estimulado numa sociedade anestesiada e paralisada pela elite dominante. O consumo deles com remédios só aumenta, o que é muito bom pras corporações que fazem toda lavagem cerebral, costurando teias sociais nas classes médicas, grande mídia e religiões.

   5- E seus amigos? Todos são veg(etari)anos? E os onívoros, como eles  se  comportam?  Fazem piadinhas de mau gosto?
Fabiu: Eu vivo no Planeta Terra, minhas amizades são bem variadas. Todos nós humanos somos da espécie onívora, escolhi em ter uma alimentação estritamente vegetal para libertar os animais. E grande parte das pessoas que ainda não são veganas, pois ainda possuem uma dieta onívora, me respeitam naturalmente. As piadinhas vão diminuindo a medida que os argumentos ficam mais consistentes e o posicionamento não seja confuso, pois veganismo não é a mesma coisa que vegetarianismo.

6- Para você é importante ter uma namorada que também seja vegetariana ou não se importaria em namorar com alguém que come carne? Por quê?
Fabiu: Em primeiro lugar o problema não está só na carne, não há motivos para tratarmos a carne como um problema maior que laticínios, por exemplo, ou couro, gaiolas, mel, lã, aquários, laçadas, etc. Uma pessoa que namoramos é uma pessoa que compartilhamos valores de vida, então é natural que esses valores éticos estejam em sintonia. A pessoa pode ainda não estar vegana, mas se ela entender que esse é o caminho a se chegar e estiver empenhada de verdade nisso, daí não há motivos para não haver uma continuidade na partilha e soma de energias.

7- Você costuma participar de eventos veg(etari)anos? De que forma?
Fabiu: Variados tipos de participações em variados tipos de eventos veganos que me interessar. Assistindo, colaborando, debatendo, palestrando, limpando o chão, emprestando itens que precisar, distribuindo camisetas veganas, arrumando cadeiras, vendendo queijos artesanais veganos, apresentando pessoas que ainda não se conhecem, convidando pessoas quando também não posso participar, enviando material para agregar ao evento, etc. Não sou propriedade de nenhum grupo, mas participo de vários e vou polinizando em cada um para cruzar as vivências.


A segunda parte da entrevista será postada amanhã, então fiquem ligados e conheçam um pouco mais da vida desse querido catarinense.
Ele tem mais para nos contar. Se eu fosse você não perderia.

Link da segunda parte da entrevista: 
http://superveggs.blogspot.com.br/2013/12/entrevista-com-fabiu-cochabamba-parte-2.html

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